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nossas pesquisas

O "na trilha" tem publicado artigos científicos refletindo sobre suas ações nos últimos anos:

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1.

​"Um conto das éticas ambientais das águas: (quase) tudo o que encontramos na trilha", Neilton dos Reis e Laís Rédua (2024):

https://periodicos.ufms.br/index.php/anacptl/article/view/21630

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2.

"e se a universidade fosse nossa? pertencimento, piscina, puteiro, perfis de instagram... e outras coisas com “p”, Neilton dos Reis (2024):

https://revistas.ufob.edu.br/index.php/revistasul-sul/article/view/1019

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Além disso, desde 2024, há uma pesquisa em curso no Centro Territorial de Educação Profissional da Bacia do Rio Grande (CETEO), na cidade de Barreiras/BA, financiada pelo CNPq na modalidade Iniciação Científica do Ensino Médio acerca dos currículos da biodiversidade e suas possibilidades de invenção para/com/a partir das trilhas.

Ana Clara e Rafaela são nossas bolsistas e esse espaço está reservado para a divulgação de algumas produções que temos realizado e que não foram publicadas em outros espaços.

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07/11/24

Finalização primeiro momento da pesquisa: leituras e exercícios de escrita.​​​

EXERCÍCIO DE ESCRITA: a partir da leitura do livro “Mbaé Kaá, o que tem na mata. A botânica nomenclatura indígena” (João Barbosa Rodrigues), Ana Clara e Rafaela investigam-inventam suas próprias noções de nomenclaturas botânicas

Ana Clara
Umbu

Aspectos da biodiversidade: Umbu (Spondias tuberosa) – nome científico.

O umbu é uma fruta nativa do Brasil, especialmente encontrada no Nordeste. Sua variedade de nomes e significados revela a rica relação entre as comunidades e a natureza.

Ocorre nos biomas caatinga e cerrado.

Nomes e suas histórias:

1- Umbu: nome comum que denota a fruta e a árvore. O termo pode ter origem indígena, possivelmente tupi-guarani, refletindo a conexão cultural da região.

O nome “y-um-u” reflete sua importância como fonte de água, já que o troco e os frutos tem alta capacidade de retenção de umidade.

Significados: “árvore que dá pra beber”.

2- Umbuzeiro: nome da árvore que produz o umbu. A denominação enfatiza a importância da árvore como fonte de alimento.

03- Umba (variação regional): em algumas áreas, pode ser chamada de “umba”, uma variação/adaptação linguística local. Especialmente em estados como Pernambuco e Bahia.

Importância dos nomes:

Os nomes que atribuímos ao umbu revelam muito sobre nossa interação com o mundo natural. Eles são mais do que simples nomes, são históricas que conectam a cultura, biodiversidade, ambiente e outros.

Quando falamos de biodiversidade, reconhecer esses nomes nos ajuda a entender como as comunidades valorizam e utilizam tais recursos naturais.

Proposta de um nome:

Se eu pudesse dar um nome ao umbu, chamaria de “fruto da resistência”. Mesmo que seja mais complexo, pois esse nome iria simbolizar a capacidade de crescer em regiões áridas e sua importância como fonte de alimento em tempos difíceis. Iria refletir não apenas as características da fruta, mas também a força da planta e comunidades que dependem dela.

 

Rafaela

Maracujá (Passiflora edulis)

Origem: há mais de 500 espécies da fruta, com origens diversas, mas em sua maioria, originaria na América tropical.

Curiosidade: é chamado de fruta da paixão, termo que vem da associação das estruturas das flores do maracujá à paixão de Cristo.

O nome vem de origem tupi-guarani e significa “alimento que se toma de sorvo” ou “alimento em forma de cuia”.

Também pode ser conhecido como maracuya, mas é um nome pouco popular comparado ao “normal”.

Como eu nomearia?

Maracujá, pra mim, reflete paixão, mas não algo saturado, doce demais. É uma paixão que foge do padrão, uma paixão ácida. E ele se chamaria assim no meu mundo: Paixão Ácida.​

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EXERCÍCIO DE ESCRITA: a relação da Biodiversidade com uma região atravessada pelo Agronegócio

Em Barreiras, BA, o agronegócio, com destaque para a produção de grãos como soja, milho e algodão, além do gado, é um motor crucial para a economia local. No entanto, essas atividades têm gerado impactos negativos na biodiversidade, como desmatamento e poluição de cursos d'água. Embora o setor agropecuário seja fundamental para o crescimento econômico e a geração de empregos, a preservação ambiental fica em segundo plano, sendo necessária uma maior conscientização sobre práticas sustentáveis, como o uso de técnicas de baixo impacto e a recuperação de áreas degradadas.
Simultaneamente, as lendas locais, reforçam a importância de respeitar a natureza e os ecossistemas. Esses mitos ajudam a transmitir às novas gerações a necessidade de cuidar da biodiversidade, embora, no contexto atual, as práticas agrícolas ainda sejam as que predominam na região.​

Na escola CETEP-BRG, que oferece curso técnico em agropecuária, os alunos são preparados para atuar no agronegócio, com uma ênfase clara nas atividades econômicas, como o cultivo de grãos (soja, milho e algodão) e a pecuária. A formação técnica valoriza os aspectos produtivos e econômicos do setor agropecuário, essenciais para o desenvolvimento local de Barreiras, que depende fortemente dessas atividades para sua economia.
Embora também haja uma introdução ao conceito de práticas sustentáveis e a importância da preservação ambiental, como o uso de tecnologias mais limpas e a recuperação de áreas degradadas, o foco principal da escola ainda está voltado para o aspecto econômico do agronegócio. Isso reflete a realidade da região, onde as demandas econômicas tendem a superar a conscientização ambiental, ainda que exista um esforço crescente para integrar sustentabilidade ao processo produtivo.
Portanto, apesar de a escola promover algum entendimento sobre a importância de práticas sustentáveis, é claro que, no contexto local, a valorização do agronegócio se dá principalmente pela sua contribuição econômica, enquanto a questão ambiental, embora discutida, fica em segundo plano.

 

EXERCÍCIO DE ESCRITA: lendas e mitos que trazem elementos da biodiversidade

A Lenda do “Tuiuiú”
O Tuiuiú, uma ave emblemática de Barreiras, carrega consigo uma lenda fascinante. Na história local, ele não é apenas uma ave comum, mas um ser mágico capaz de se transformar em um homem sábio. Diz a lenda que, nas margens dos rios e lagoas da região, o Tuiuiú mágico guia pescadores e viajantes, ajudando-os a não se perderem nas águas e nas matas densas. Considerado um protetor das aves aquáticas e das áreas úmidas, ele é visto como um guardião da natureza.
Conexão com a biodiversidade:
O Tuiuiú é uma ave característica do cerrado e das zonas alagadas, habitats ricos e vitais para diversas espécies. Sua
lenda está profundamente ligada à importância de proteger esses ambientes, como os rios, lagoas e pântanos, que sustentam a fauna aquática e outras formas de vida, como peixes e pequenos animais. Mais do que uma figura mitológica, o Tuiuiú representa a preservação das espécies e dos ecossistemas aquáticos da região, reforçando a necessidade de cuidar do equilíbrio da natureza para as gerações futuras.

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A Lenda do "Guardiã do Buriti"
Em algumas áreas de Barreiras, especialmente nas regiões mais próximas ao Rio Grande e seus afluentes, há uma lenda sobre a Guardiã do Buriti, uma entidade mística que protege os buritis, uma árvore típica da região e símbolo da resistência da vegetação local. Segundo a lenda, a Guardiã é uma mulher que vive no topo dos buritis e tem o poder de curar doenças e trazer sorte a quem a respeita. Ela aparece nas noites de lua cheia e pode ser vista dançando entre as árvores, sempre cuidando para que as plantações e os recursos naturais da região não sejam destruídos.
Associação com a biodiversidade:
O buriti é uma planta importante na região de Barreiras, muito usada pela população para a produção de alimentos, artesanato e construção. A lenda da Guardiã do Buriti reforça a relação de respeito com as plantas nativas e a necessidade de preservá-las, considerando seu papel essencial na alimentação e na sustentabilidade das comunidades locais. Além disso, o buriti é um símbolo da resistência da natureza diante de impactos externos, como o desmatamento e as mudanças climática.

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A Lenda da "Mãe D'Água"

Essa lenda é comum em diversas partes do Brasil, incluindo Barreiras, especialmente entre as comunidades ribeirinhas. A Mãe D'Água é uma entidade protetora das águas, geralmente representada como uma mulher de longos cabelos verdejantes que habita os rios e lagoas da região. Ela é vista como uma guardiã dos recursos hídricos e das criaturas aquáticas. Dizem que a Mãe D'Água é responsável por proteger as águas dos rios, evitando que poluam ou se percam.
Associação com a biodiversidade:
A lenda da Mãe D'Água está diretamente ligada à preservação dos ecossistemas aquáticos, como rios e lagoas, e os seres vivos que habitam esses ambientes. Ela simboliza a importância da água como recurso essencial não só para a
sobrevivência humana, mas também para a flora e fauna locais. A lenda transmite a mensagem de que a água deve ser respeitada, protegida e preservada, lembrando da interdependência entre seres humanos e os ecossistemas aquáticos.

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​A Lenda da Serpente da Barra do Rio Grande

Segundo a lenda, a serpente é uma criatura mitológica que protege o rio e suas águas. Ela aparece nas noites mais escuras, nadando silenciosamente nas águas do rio. Diz-se que, quando alguém tenta pescar ou desrespeitar o rio, a serpente surge para afugentar os intrusos, provocando uma correnteza forte ou até mesmo arrastando os mais desavisados para as profundezas. Em algumas versões da lenda, a serpente é descrita como sendo capaz de controlar as águas, cuidando para que o rio não se seque ou sofra danos irreparáveis.
Associação com a biodiversidade:
Essa lenda tem uma forte relação com a biodiversidade local, pois ela simboliza a importância do rio e de seus ecossistemas para a comunidade. O Rio Grande é um ambiente vital para várias espécies de peixes, plantas aquáticas e outros animais que dependem de suas águas. A figura da serpente, como protetora do rio, reforça a ideia de que a natureza precisa ser respeitada e preservada. A lenda alerta para os perigos de explorar os recursos naturais de maneira irresponsável, ao mesmo tempo em que cultiva o respeito pelas forças da natureza.

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​A Lenda do Caboclo d'Água
A lenda do Caboclo d'Água é muito conhecida em outras regiões, inclusive em Barreiras. Conta-se que o Caboclo d'Água é um homem com características indígenas, que habita as margens dos rios e lagos. Ele é descrito como um protetor das águas, sempre vigilante para garantir que a água dos rios se mantenha limpa e as espécies aquáticas possam viver em harmonia. Em algumas versões da história, ele aparece como um ser solitário, com habilidades de curar doenças com ervas e com o poder de comunicar-se com os animais aquáticos.
Associação com a biodiversidade:
A lenda do Caboclo d'Água tem uma forte relação com a preservação dos rios e dos ecossistemas aquáticos. Ele simboliza a importância da água potável e da proteção das espécies que dependem dos corpos d'água, como peixes, plantas aquáticas e aves migratórias. A lenda reforça a necessidade de respeitar os rios e as lagoas locais, bem como as criaturas que vivem neles, e alertar sobre os danos da poluição e da degradação ambiental.​​

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