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24 de agosto de 2022

  • Foto do escritor: natrilhadabiodiver
    natrilhadabiodiver
  • 29 de jul. de 2024
  • 5 min de leitura

Atualizado: 28 de ago.

Ei gente, boa tarde.

Como estão? Como estão as férias?

Espero que estejam conseguindo descansar e se recuperar do final de período.

Estou escrevendo pra vocês pra dar algumas notícias do Projeto de Extensão. Estamos de férias e eu levo isso muito a sério. Então, se não quiserem trabalhar em nada durante esse tempo, eu acolho e respeito. Se for esse o caso, queime essa carta e nos falamos em 08/09.

 

Se não for o caso, continuemos...

 

Tivemos dois encontros não registrados em relatos onde discutimos os pontos da trilha e o que faríamos em cada um deles.

Eu estava muito atarefado (todas estávamos) e acabou que não encaminhamos nada tão prático depois disso.

Conversei com Lucas em participar e fizemos alguns encaminhamentos.

Mas, pra ser honesto, não estou satisfeito com o que definimos. E vou explicar aqui os porquês. (Esse é o motivo da escrita, aliás).

Olhando para o que definimos, fico sentindo e pensando que estamos fazendo um tipo de Ciência com o qual não me conecto mais e com um tipo de Educação que não é o temos discutido nas nossas aulas.

Pra quem participou do Grupo de Leitura e Estudos do livro da Anna Tsing (a dos fungos) vai entender isso que estou falando em relação à forma de fazer Ciência. Ela, em sua pesquisa, subverte isso da observação clássica, catalogação de espécies e descrição científica-Moderna. Na real, ela apresenta outras possibilidades disso tudo — e de coisas que estão pra além disso. O meu interesse reside nisso, nessas outras formas, nessa invenção. E acho que nossa organização dos pontos da trilha não inventam.

Reparem que não é inventar formatos pra falar o que já sabemos das abelhas. Isso nós “fizemos”. Dentro de algumas aspas rs

O que me incomoda é que quase não temos autoralidade nisso. Digo, o que é nosso aqui? O que a gente tá criando?

E aí entra o que falei do tipo de Educação. Defendemos e falamos tanto de construtivismo, BIONAS, investigação. E quando planejamos, caímos naquele mesmo lugar dos modelos didáticos, do bicho morto no microscópio, do poster de pesquisa. Repare, NÃO há problema em fazer nenhuma dessas coisas. Vocês sabem que eu nunca disse isso rs. O meu problema está em que não quero que fiquemos resumidas a isso. O que isso que planejamos realmente educa e ensina a FAZER Ciência? O que educa sobre como as abelhas vivem?

Sinto-penso que, de novo, a gente está fragmentando, dividindo, separando. Matando a vida e os sentidos-sentires.

E daí fico inquieto, incomodado, insatisfeito. Porque quero que a trilha seja DAS abelhas, não SOBRE abelhas.

 

Minha insatisfação se projeta em uma proposta.

 

Antes tínhamos dividido a trilha em 5 pontos. Bloco 1 (Início), Recanto (Abelhas solitárias), Bloco 8 (Abelhas sociais), Laboratório (pesquisas), Teatro (finalização).

Essa divisão de temas e de quantidade de coisas dessa forma que não quero.

Eu sugiro que sigamos a perspectiva teórica da moça dos fungos e caminhemos nessa trilha no sentido da PERTURBAÇÃO. Dividir a trilha em dois momentos-perguntas:

Primeiro: como o ambiente perturba as abelhas?

Segundo: como as abelhas perturbam o ambiente?

 

(Pra quem não leu os capítulos do livro, isso da perturbação não é o sentido de chateação, de coisa ruim. É um sentido mais amplo, de transformação, de afetação. Então, como as abelhas são afetadas pelo ambiente e como que afetam ele).

 

Assim, a trilha ficaria assim:

RECEPÇÃO: Bloco 5.

ESTAÇÃO 1: Recanto.

ESTAÇÃO 2: Bloco 8.

CAFÉ: Arena.

 

A RECEPÇÃO seria só um “oi”, apresentação rápida e distribuição dos mapas. A ESTAÇÃO 1 seria o momento de conversa sobre como as abelhas são afetadas pelo ambiente. A ESTAÇÃO 2, como elas afetam. O CAFÉ, um café de encerramento mesmo.

 

Defini com Lucas o seguinte novo calendário:

Setembro (semana de Biologia): faremos uma primeira trilha. Talvez, duas. Com as pessoas participantes da Semana e outras turmas minhas.

Outubro e novembro: faremos, no mínimo, 4 trilhas (duas em cada mês). Aqui tentaremos as/os estudantes das turmas que estarão com estagiários (do Estágio I e III).

Dezembro: última trilha. Talvez com o pessoal do curso de ninhos. ("Talvez", porque essa data está em conversa com Paula).

 

Dito isso, nossos esforços se concentram para a trilha de setembro.

Penso que temos 3 tarefas:

a) preparar material para uso na trilha.

b) nos prepararmos como mediadores da trilha.

c) divulgação.

 

E daí vamos a isso.

Seguindo a ideia que estou defendendo, teremos:

a)

Primeiro a preparação das Estações 1 (Recanto) e 2 (Bloco 8).

 

- Estação 1:

Se a ideia aqui é trabalhar como que as abelhas percebem o ambiente, acho que podemos focar em cor, forma, cheiro. Três coisas pra sentirmos, "como as abelhas sentem". Entre aspas.

Podemos ter tecidos com várias cores pra provocar as pessoas a pensarem: quais chamariam atenção das abelhas? Por quê?

Podemos ter vários formatos de flores pra pensar: quais os formatos mais “confortáveis” e atrativos para abelhas? Por quê? Pra quais abelhas? Existem muitos tipos de abelhas?

Podemos ter as essências (como aquelas que utilizamos na coleta) e outras menos atrativas para abelhas. Daí provocar: quais as mais atrativas? Por quê? Onde cheiros como esses estão na natureza?

 

- Estação 2:

Se a ideia é sentipensar como que as abelhas afetam-constroem mundos e UEMGs acho que podemos jogar com isso da produção.

Temos os ninhos (o que está ativo na árvore e o ninho que Paula resgatou).

Teremos mel.

Teremos flores/frutos (como resultado de polinização).

Acho que com esses três elementos conseguimos conversar sobre o tópico.

Ninhos para ver, entender. Mel, flores, frutos para experimentar.

 

Segundo a preparação de dois mapas. Um que leve do Bloco 5 ao Recanto. E um que leve do Recanto ao Bloco 8.

 

- Mapa A

Nele, acho que o foco é tentar mapear o que chama atenção enquanto fazemos o primeiro trecho da trilha.

Indo pra esses três pontos: visão, audição, olfato.

Coisas possíveis a mapear:

Quais cheiros senti aqui?

Qual cor predomina?

Como são os troncos de árvores aqui?

 

- Mapa B

Nele, já olharemos para as "perturbações" causadas por seres vivos no ambiente da trilha.

Coisas possíveis a mapear:

Viu ninho de algo?

Onde eu faria meu ninho?

Quais as cores que o ser humano acrescentou à paisagem?

Quais os materiais o ser humano acrescentou à paisagem?

 

Mapa 1 e Mapa 2 podem se complementar esteticamente.

Essa parte podem deixar comigo.

 

 

b)

Nossa preparação.

Precisaremos de 3 pessoas por trilha (no mínimo).

 

Uma para iniciar e fechar. Iniciar lá no Bloco 5 e fechar lá no Teatro Arena. Essa pessoa vai conduzir a trilha. Ela não necessariamente precisará falar de informações técnicas (ainda que seja bom que todas saibamos). A tarefa dela é receber as pessoas, dar ritmo durante a caminhada aguçando a curiosidade e conduzir uma breve conversa ao final.

 

Uma pessoa para a Estação 1. Estará no Recanto. Fixa. Ela vai ouvir como foi o trajeto até ali. O que preencheram nos mapas? E daí ela vai ter esses três disparadores temáticos: cor, cheiros, formas. Com eles, ela vai estimular que as pessoas se perguntem:

- qual cor/cheiro/formato atraem abelhas?

- quais repelem?

- quais tipos de abelhas?

- todas as abelhas são iguais?

É necessário que ela estude isso. Que saiba falar sobre isso. Mas provocando perguntas.

 

Uma pessoa para a Estação 2. Pra ficar no Bloco 8. Fixa. Ela também vai ouvir o que aconteceu até então (brevemente). Saber o que conseguiram mapear.

E então trabalhar com: ninhos, mel, flores (polinização).

Como que as abelhas "perturbam" o ambiente? Essa é a pergunta.

É necessário que essa pessoa saiba sobre os ninhos. Sobre como se produz o mel. E sobre como se dá a polinização.

É o momento mais técnico e que vai exigir o maior esforço de transposição didática.

 

Temos essas três pessoas para setembro? Quem?

Essas pessoas podem variar de trilha pra trilha. Podem ser duplas também.

 

c)

Nossa divulgação.

Aqui nem tenho muita ideia do que/como precisamos fazer.

 

O que acham disso tudo? Leram até aqui?

Beijos.

Aproveitem as férias. Deem notícias.


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